sábado, 30 de novembro de 2013

Está nascendo uma nova biblioteca...


... E quando ela nasce, mais pessoas têm o privilégio do acesso à leitura, do convívio com os pares para discutir autores, temas e amores.

Em breve, uma comunidade terá à disposição um acervo valioso, carinhosamente constituído, tanto pela intenção, como pelo acaso. Livros adquiridos pela vontade, livros recebidos pela amizade, patrimônio guardado e preservado há tempos, que também vem sendo atualizado, para agora ser compartilhado.

Mais conhecimentos, novos horizontes e muitas possibilidades...
Mais entretenimentos, novas fontes e muitas felicidades!

E eu, no meio de mais de mil livros, estou a registrá-los e catalogá-los, sendo instigada e convidada a cada vez que os tomo pelas mãos, a lê-los e compreendê-los, a partir das evocações que emanam dos seus títulos. 

É como um pinheiro que vai crescendo e sendo decorado para as festas de fim de ano.





Livros de toda sorte, com dedicatórias, que na memória, fazem história, proporcionam leitura, uma abertura, que perdura, porque, em qualquer contexto, não há pretexto para não se ler um bom texto.


O futuro é bem ali...





Lembrei-me de consultar o site do Seminário Futura Trends para buscar os arquivos que foram apresentados nas palestras e me deparei também com a possibilidade de acessar online o certificado de minha participação, facilidades que a tecnologia permite.

Daí, fui um pouquinho mais longe, ainda usufruindo da tecnologia, achei as fotos registradas no evento e despertei a vontade de fazer essa postagem, ainda que tardia (pela data, não pelo assunto).


O Futura Trends que ocorreu em 26 de agosto, no Hotel Gran Marquise, em Fortaleza, superou as expectativas. Estive lá pela MRH, uma das empresas patrocinadoras do evento, para aproveitar a onda de conhecimento e enriquecer o nosso Programa Inovar.


Cientistas, gestores e doutores de destaque nacional e internacional abrilhantaram o evento, que teve como tema macro "Inovação e sustentabilidade organizacional".  Falas impecáveis, ricas de conteúdos, de recursos visuais e de muitos exemplos reais, tudo planejado para os participantes retornarem às empresas com muita informação e possibilidades de geração de conhecimento para inovação.



A incumbência de abrir o evento de forma sensacional coube a Ozires Silva, que falou sobre sustentabilidade, usando a história da Embraer, sua evolução e posição no ranking mundial. O fundador da Embraer deu destaque para a dificuldade em encontrar quem invista em novas ideias e enfatizou o novo conceito de “coopetição”, mistura de cooperação e competição.





Todas as palestras foram excelentes, no entanto, me identifiquei muito com a convidada Lala Deheinzelin – Consultora Internacional em Economia Criativa, que apresentou Como Construir uma Sociedade a Partir da Economia Criativa e Desenvolvimento Sustentável, pela importância que deu aos valores intangíveis, pela opção por uma economia criativa em detrimento à tradicional, em função dos recursos que se renovam e se multiplicam com o seu uso.


Encontrei na fala dela similaridade com os fundamentos de Domenico De Masi em relação à economia do ócio e ao ócio criativo e muita fé e força no fazer em conjunto de forma colaborativa, em que cabeças pensantes (ativos intangíveis) de qualquer parte do mundo podem se unir (novas tecnologias) e construir algo grandioso (prosperidade multidimensional), onde todos ganham. 

Nesse contexto, a leitura para 2 + 2 será sempre maior que 4 (processo colaborativo).

Administração do tempo, coisa do século XVII ou de hoje?

Conta e tempo é obra prima do trocadilho, poesia escrita no século XVII por Frei Antonio das Chagas (António Fonseca Soares), mostra o efêmero, o inexorável e o aspecto volátil do tempo. Embora sejam texto e leitura do passado, o contexto é atualíssimo, quando olhamos para trás e nos damos conta de uma vida vivida e ainda muito por fazer. 

E você, já deu conta do seu tempo? 
Ou o seu tempo já tomou conta de você?


Afora o caráter de cumprimento do dever junto ao Pai e mediante o próximo enquanto ser vivente na esfera terrena, o poema dá um realce para a questão da administração do tempo. E, sobre essa temática, há especialistas como Mario Persona e Christian Barbosa, que abordam o tempo não só no trabalho, mas, também na vida pessoal. 

Administrar o tempo não é coisa fácil, se no século XVII já se tinha essa preocupação, imaginem nos dias atuais, com tantos apelos, interferências e demandas. 





Conta e tempo

Deus pede estrita conta do meu tempo
E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta.
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta;
Não quis, sobrando tempo, fazer conta.
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...


Frei Antônio das Chagas, Séc. XVII


Postagem incentivada pela amiga Marta Aragão, de quem recebi a poesia por e-mail.

domingo, 24 de novembro de 2013

"Todo ponto de vista é a vista de um ponto"


Depois de muitos anos, a oportunidade de ler A Águia e a galinha, de Leonardo Boff, exemplar da minha estante ainda na sua 16ª edição (hoje já na 51ª),  além de toda a filosofia da condição humana que envolve a obra, destaco sua importância para ilustrar esse espaço de leitura e contexto, a partir do recorte do trecho introdutório, em que o autor exalta a questão da leitura, conforme o contexto.






"Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. 
Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de mundo.Isso faz da leitura sempre uma releitura. 
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma interpretação. 
Sendo assim, fica evidente que cada leitor é co-autor. Porque cada um lê e relê com os olhos que tem. Porque compreende e interpreta a partir do mundo em que habita." (p. 9)


Importante também é ressaltar o enfoque positivo que ele dá à dualidade (não dualismo), como fator essencial para a compreensão da complexidade do universo. Nessa realidade as partes se articulam e se inter-relacionam, "dando origem a um sistema dinâmico sempre aberto a novas sínteses." (p. 75) 

No livro essas partes são representadas pela águia e pela galinha. Precisamos crescer humanamente, trabalhando as nossas dimensões de águia e galinha. O importante é o equilíbrio entre elas, é saber usá-las, pois ambas são importantes  por um lado, a abertura para a vida, os sonhos a serem realizados como projeto de vida, por outro, as limitações do mundo concreto, o ser histórico, enraizado no cotidiano.

Em Leonardo Boff encontrei mais um reforço para este espaço, englobando as dimensões da leitura e do contexto.

Essa leitura foi despertada pela postagem Leitura: fonte do conhecimento, na Blogteca da Faculdade CDL.
BOFF, Leonardo. A Águia e a galinha: uma metáfora da condição humana. 16 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

sábado, 9 de novembro de 2013

"Ler é saber. Nada é impossível para quem lê."

Destaque em Leitura e contexto para o outdoor do Farias Brito, onde, na leitura do contexto, o céu é o limite em todos os sentidos.