domingo, 31 de março de 2013

Os métodos de busca são os mesmos, foram os meios e suportes que mudaram


Assistindo ao filme J. Edgar (2011), dirigido por Clint Eastwood, que retrata a carreira do Diretor Federal do FBI (Federal Bureau of Investigation), J. Edgar Hoover, chamou-me a atenção logo no início do filme, a cena em que o personagem, interpretado por Leonardo DiCaprio percorre os corredores de estantes da Biblioteca do Congresso Americano, para provar a sua recente colega de trabalho, que consegue localizar qualquer obra, dentre as milhares existentes nas estantes, por intermédio de um catálogo de fichas que ele mesmo organizou. 

A demonstração é bem sucedida, depois da leitura da ficha, o personagem entende o contexto, fazendo com que ele localize em poucos segundos a mais de um minuto, a obra solicitada pela jovem (Naomi Watts, no papel de Helen W. Gandy).

Dez prints das principais passagens da cena.


A entrada e o deslumbre com a magnitude
 


A inscrição The Library of Congress


O desafio da busca lançado


A busca no catálogo


A busca nos corredores das estantes


O resultado da busca: a entrega do livro.


A analogia e o sonho


A troca de segredos, o pacto do sigilo e a proposta de trabalho


A devolução do livro


A reposição da ficha no catálogo e a saída


Nas cenas mencionadas acima, a intenção do personagem no filme, usando a analogia com as fichas do catálogo e os livros da biblioteca, é a de evidenciar para a sua futura secretária particular, como poderia formar e fazer funcionar um grande arquivo com as impressões digitais dos habitantes dos Estados Unidos, a fim de facilitar a investigação dos crimes naquele país.


Vamos ao trailler!





Além dessa passagem focada nos registros da Biblioteca do Congresso Americano, o filme também ressalta o contexto dos registros dos arquivos, quando destaca os dossiês dos estrangeiros suspeitos de subversão, dos políticos, das personalidades em evidência no país e das digitais dos gangsters famosos, os quais serviam para a leitura e análise investigativa dos agentes peritos. Importante também é o caráter de sigilosidade que é representado na relação entre os dois personagens, diretor e secretária, e no trato de ambos junto aos documentos do FBI. 

Hoje, os suportes para se registrar a informação e os meios para se conseguir uma busca com eficácia são outros, nada de catálogos e fichários físicos, com fichinhas arquivadas, que ocupam grandes espaços, seguindo uma ordem lógica, quer numérica, quer alfabética, quer cronológica, ou uma combinação entre elas. Os suportes são eletrônicos, digitais, virtuais, e os meios são carregados de tecnologia de ponta, no entanto, os métodos de busca continuam os mesmos. 

Apesar de diferentes na constituição do acervo, arquivos e bibliotecas utilizam a indexação para estruturar a informação e permitir sua recuperação em tempo hábil, sendo ela contextualizada ou tematizada, conforme cada uma das instituições.

Um alimento chamado leitura


Já postei antes "Um remédio chamado leitura" e agora altero o título pegando carona no contexto do belíssimo projeto "Leitura Alimenta", da parceria Livraria Da Vila e Cesta Nobre.


"A sua participação é essencial, seja doando seus livros ou divulgando o projeto para seus amigos. JUNTOS, VAMOS SACIAR A FOME DAS PESSOAS POR LEITURA."




Vamos divulgar e apoiar o projeto!


Leitura alimenta!
Sinta o cheiro e o sabor, não importa a cor,
Mastigue cada pedacinho e engula devagarinho,
Vá sentindo o gosto de cada passagem, de cada viagem.
Faça uma mistura quente, é boa para a mente, 
Mexa bem e chame alguém, não importa quem,
Agora é só comer, beber e dividir o saber.

Leitura alimenta!
Você que se alimentou de leitura,
Com certeza acumulou riqueza,
Não aquela avarenta e cinzenta,
Mas, aquela colorida e florida.
Ajude o projeto, vá em frente e direto!
Busque, navegue e divulgue!

Analu

domingo, 17 de março de 2013

Maquiavel coroando leitura e contexto




Fiz um recorte da Obra "O Príncipe", de Maquiavel, em que, logo no trecho introdutório, o autor exalta a questão da leitura conforme o contexto



Menos desejo que se tenha por presunção o fato de um homem de baixa e ínfima condição discorrer e regular a respeito do governo dos príncipes . Da mesma maneira que aqueles que desenham os contornos dos países postam-se na planície para apreender a natureza dos montes, e para apreender a das planícies sobem aos montes, do mesmo modo que para bem aquilatar a natureza dos povos é preciso ser príncipe, e para aquilatar a dos príncipes é preciso ser povo.


Tão verdadeiro é o pensamento, que para entender a sua teoria, a sua obra, é necessário colocá-lo no contexto da Itália renascentista do século XVI, em que havia lutas constantes em função da divisão da península, representada por particularismos locais. 


Fora desse contexto, a obra, que é uma manual para reinar com êxito, dedicada a Lorenzo  II de Médici, pode não ser compreendida e até deturpada. O desejo de Maquiavel era ver a Itália unificada e poderosa, forte para enfrentar as potências da Europa e, para tanto, haveria de ter um príncipe com qualidades necessárias, às vezes antagônicas, não confortáveis, assumidas conforme o contexto.




E a coroa desse príncipe articulador, preparado para lidar com esse contexto, vem coroar esse espaço de leitura e contexto, reforçando ainda mais a sua razão de ser.



sexta-feira, 8 de março de 2013